segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Os dias do medo

Foto: João Monteiro


As bestas não têm cara aqui. Andam soltas na rua do medo que cada um tem guardada em si, e por onde tenciona escapar um dia.



No fundo de cada sorriso, a custo um homem tenta erguer-se de novo para a vida, amparado em falsas promessas de grandeza.



Nunca lhe faltaram profetas para o conduzir em cada esquina de tempo, nem novas babilónias a habitar nos olhos…Foi por isso, que quando a faca lhe entrou nas costas, e o mundo girou ao contrário, de ponteiro bem cravado na carne, ninguém estava por perto na rua da amizade, e as horas bateram com estrondo na calçada dos corpos.



O custo de cada lágrima oprimida ao homem moderno, à sua liberdade, há-de um dia fazer transbordar mares, para que se afoguem na sua imensidão os tiranos e os ditadores.



E depois, na alvorada, em cada barca nova caberá um pedaço do sol e crianças fabulando ao vento. A terra nunca prometida desse dia, será fundada na certeza das cores do arco-iris, no vento norte de mudança que cada um tiver no coração.



Cada homem liberto saberá amar uma mulher como ela merece e entenderá nela o fruto generoso da vida.



Esse dia foi ontem.






4 comentários:

Pedra Filosofal disse...

As bestas não tem cara... escondem-se muitas vezes por detrás de imagens, sem coragem para assumirem o que fazem.

Sempre em forma. Continuo fã. E como mereces... deixei-te uma prenda no meu blog.

Melocoton disse...

Só agora entrei neste blog, antes de mais obrigada pelo convite....

Apenas li "os dias do medo" e devo dizer que gostei.....


Com mais tempo voltarei não só por curiosidade, mas por prazer

Sandra Fonseca disse...

José mil histórias prá contar, belo espaço existe aqui. Obrigada por partilhar sua morada, a palavra.

Anónimo disse...

o gosto pelas palavras leva-nos a pesquisar blogs de pessoas que não conhecemos mas que partilham os nossos interesses
gostei deste cantinho