domingo, 2 de março de 2008

A minha morada é a palavra

Gabriel Pedro: www.anjoinutil.blogspot.com

Há um vazio dentro de mim
Feito daquilo que ainda não aconteceu,
E habita neste ventre de gestação o poema.

Tem braços de mar,
É corpo sem terra para atracar,
É sonho, fantasia,
Luz forte de cada dia.

E são de mármore os silêncios aqui,
Nesta planície onde crio raízes etéreas,
Onde construo castelos sem fortaleza,
Onde me conjugo em cada ânsia,
Em cada incerteza.

De homem tenho tudo,
Mas sou assexuado no que quer que diga,
Sou carreiro, sou distância e formiga.

E não estou sozinho na solidão de te pensar,
De te dizer, de te amar.
Não estou sozinho por estar.

A minha morada é a palavra,
Nela me expando para além do que vejo,
Do que sinto,
Nas verdades que digo quando minto.

Se a um poeta se perdoa esta sorte,
Viva então em mim o poema para além da morte.

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=29791

3 comentários:

Unknown disse...

Ola querido escritor, para mim é um enorme prazer ter um comentário seu
em meu humilde blogger.
Foi um enorme prazer .
Volte sempre que desejar.
Você é sensível como todos os poetas, romancistas e escritores, que colocam amor no que faz, li algumas escritas suas, parabéns.
Vou sempre lhe fazer uma visita.
Sucesso e mais uma vez parabéns pelo seu lindo blogger.

Anónimo disse...

"Há um vazio dentro de mim
Feito daquilo que ainda não aconteceu,
E habita neste ventre de gestação o poema."

JSL

Anónimo disse...

Você escreve de forma magnífica.
Poeta e escritor que contagia seus leitores!
Parabéns!

Rosácea