sábado, 27 de dezembro de 2008

O sol nascente encurralou a neblina no vale

O sol nascente encurralou a neblina no vale.
Lá, onde as igrejas se adivinham pelo dobrar dos sinos, e a torre mais alta estica o pescoço fino para impor a manhã clara das coisas.
Aqui, bem próximo de mim, o peru canta vitória sobre a madrugada que lhe prolongou a vida e as galinhas debicam com alegria os restos da ceia em ameno cacarejo.
Também o cão já deu bom dia ao dono e ladra a espaços para comunicar com todos na quinta, avisando longe, que foi ali naquele lugar colado aos montes que nasceu o sol, imperial, mesmo desconhecendo que este a todos pertence.
Ontem, quando a noite trouxe as sombras aos caminhos, havia mais luz em todas as casas, mais brilho em todas as fachadas.
À volta de uma mesa partilharam-se gostos, paladares e sorrisos com as crianças. Cada uma trazia já nos olhos o sol que nasceu hoje sobre o vale.
Nesta manhã de prendas e meninos felizes da minha aldeia, há homens vestidos de esperança, um adro de igreja. Um copo com que se brinda o nascimento.
Com fraternidade, com alegria, sem tempo.

Sem comentários: